A nutrição na infância é um tema muito relevante, pois nessa fase se constroem hábitos alimentares que se estenderão ao longo da vida.
A alimentação complementar inicia-se, em média, aos 6 meses de idade da criança. Não só para aquelas com aleitamento materno exclusivo, mas também para as alimentadas com fórmula infantil. Isso porque leva em consideração a maturidade neurológica, bem como do sistema gastrointestinal e da imunidade.
Algumas dicas para alcançar o sucesso na introdução alimentar, por exemplo:
- Não liquidificar as papinhas salgadas e doces. Somente o amassamento dos alimentos com o talher já é suficiente para a criança pressioná-los com a gengiva sem engasgar;
- Evitar sal e demais temperos. Devemos nos lembrar que este será o primeiro contato da criança com o alimento sólido, portanto devemos preservar seu sabor natural evitando mascará-lo com temperos adicionais;
- Não desistir nos casos de recusa. A criança é um ser ciente que possui gostos e preferências. Por isso, para saber se ela realmente não gosta do sabor de determinado alimento, devemos oferecê-lo, no mínimo, dez vezes em dias não seguidos;
- Evitar alimentos industrializados. A oferta adequada de nutrientes só será possível com oferta de alimentos naturais e de forma variada. Portanto, deve-se evitar queijos do tipo petit suisse, sucos industrializados, bebidas lácteas e iogurtes processados. Esses alimentos possuem, além de corantes e aromatizantes artificiais, que imitam o sabor das frutas, excesso de açúcar. Dessa forma, prejudica a formação de hábitos saudáveis, tornando comum a recusa por frutas e sucos naturais não adoçados.
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A chegada de um novo bebê pode ser um grande incentivo para a família repensar seus hábitos alimentares. Pois, a partir do nono mês, a criança irá se adaptar a alimentação tradicional da família.
A prevalência da obesidade, alergias alimentares e colesterol elevado têm aumentado nos últimos anos. Muitas vezes devido á falta de alimentos frescos, assim como monotonia alimentar com excesso de açúcar, gordura hidrogenada e sal.
O acompanhamento da nutrição na infância é um processo lento e complexo. Dessa maneira, exige cuidado do profissional em orientar, de forma adequada, tanto a criança quanto a família. Ao contrário do adulto, a criança não vai ao nutricionista por livre e espontânea vontade. Por isso, dificulta o início na mudança do estilo de vida.
É impossível exigirmos da criança que não consuma determinados alimentos que estão constantemente na mídia, no ambiente escolar, social e, principalmente, nas prateleiras da própria cozinha.
Desse modo, o nutricionista deve ter o cuidado de passar as orientações não apenas no papel, mas também chamar a criança para que participe do processo de mudança de hábitos. Assim, o processo se torna atrativo e estimulador.
O resultado final do tratamento de nutrição na infância inclui, portanto, mudanças práticas, tanto no ambiente familiar quanto escolar e social.
Acompanhamento da nutrição na infância pré-escolar
A fase escolar compreende dos 2 aos 07 anos. É comum ouvirmos dos pais a seguinte frase: “meu filho come mal”. Isso ocorre porque, nessa etapa, há uma diminuição da necessidade energética diária e, por consequência, da ingestão alimentar.
A criança pode apresentar relutância em consumir novos alimentos e, assim, ser influenciada pelos hábitos alimentares do ambiente externo, como a escola.
O acompanhamento nutricional adequado será de extrema importância nesse período. O profissional, através de uma avaliação nutricional, poderá identificar se a redução da ingestão energética está prejudicando, de fato, o crescimento e desenvolvimento adequado.
Devemos estimular o prazer da alimentação ao invés de impor a aceitação. No entanto, atitudes autoritárias dificultam o estabelecimento de um consumo alimentar saudável.
Acompanhamento nutricional durante a fase escolar
Em oposição da fase pré-escolar, esse período, o qual compreende dos 07 aos 10 anos de idade, é caracterizado por crescimento elevado e aumento da demanda nutricional.
Nessa etapa, a criança já está acostumada com os hábitos alimentares da família.
Ocorre um aumento do gasto energético e aumento do apetite.
Como as meninas tendem a desenvolver a puberdade mais precocemente em relação aos meninos, é natural um aumento de ganho de peso e acúmulo de gordura corporal, principalmente, em regiões como quadris, mamas e abdômen.
Já os meninos, por desenvolverem mais tardiamente o período púbere, costumam perder peso e acelerar a velocidade de crescimento levando a um leve emagrecimento.
Dentro do acompanhamento nutricional, o profissional poderá diagnosticar se o ganho de peso em meninas ou o emagrecimento em meninos está comprometendo o estado nutricional para preparar o organismo ao estirão de crescimento característico da adolescência.
Ainda nessa fase, a intervenção nutricional irá garantir o aporte calórico adequado para ganho de massa muscular e reserva de gordura de forma equilibrada. O objetivo é um desenvolvimento hormonal adequado e necessário para a puberdade.
Acompanhamento nutricional durante a adolescência
Essa fase é caracterizada pelo desenvolvimento da puberdade e estirão do crescimento que definirão a nova composição corporal do futuro adulto.
Durante a puberdade, além da formação dos caracteres sexuais, ocorre o desenvolvimento máximo da massa óssea e muscular.
Nutrientes como zinco, ferro, cálcio, magnésio, vitamina A e D são alguns elementos essenciais para o bom desenvolvimento do crescimento adequado. Uma dieta inadequada, formada por alimentos industrializados ricos em açúcar, corantes artificiais, gordura hidrogenada e saturada, além de carboidratos refinados característico de bebidas lácteas, queijos petit suisse, leites fermentados, achocolatados, sorvetes e lanches ultra processados, podem ser pobres nesses nutrientes essenciais e acarretar problemas durante a puberdade.
Alguns dos problemas causados pela má qualidade da alimentação durante a puberdade são:
- Acne;
- Lipodistrofia ginóide (celulite);
- Menarca precoce;
- Atraso do desenvolvimento dos caracteres sexuais;
- Excesso de peso.