É chamado de bebê chiador, ou lactente sibilante, a criança menor de 2 anos que apresenta quadros recorrentes de chiado no peito (sibilância). Os chiados devem ocorrer, pelo menos, 3 vezes ao ano ou então um episódio de crise de chiado com duração maior de 1 mês.
Os sibilos (chiados) são ruídos pulmonares de aspecto musical, agudos e contínuos, semelhantes a assobios. No entanto, a síndrome de bebê chiador é a manifestação clínica de um grupo heterogêneo de doenças e ocorre por diferentes mecanismos:
– Redução do calibre dos brônquios: espasmo da musculatura (broncoespasmo), inflamação das mucosas, malformação congênita;
– Obstrução da passagem de ar: presença de secreções ou corpos estranhos nas vias aéreas;
– Obstruções externas fixas das vias aéreas: gânglios, anéis vasculares e tumores;
– Obstruções dinâmicas das vias aéreas: amolecimento da estrutura cartilaginosa (malácia) da laringe, traqueia ou brônquios, causando colabamentos durante o movimento respiratório.
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Sintomas do bebê chiador
A história clínica precisa ser analisada com muito critério, a fim de investigar os fatores desencadeantes da sibilância. Além disso, deve-se avaliar a frequência, duração das crises, bem como as necessidades terapêuticas e a resposta ao tratamento. Também deve-se considerar sintomas não respiratórios como, por exemplo, febre, emagrecimento, diarreia, alergias de pele, etc.
Os antecedentes de saúde do bebê chiador merecem atenção, como o nascimento prematuro e necessidade de uso de oxigênio, além de alergias alimentares, refluxo gastrointestinal, distúrbios de deglutição, infecções virais recorrentes ou presença de outras doenças.
A história de doenças na família (pais e irmãos) do bebê chiador também precisa ser considerada. Isso porque algumas doenças têm forte associação com predisposição genética, como a asma. A descrição do ambiente domiciliar avalia as condições de pavimentação de ruas, saneamento, ventilação, número de pessoas residentes e quantidade de crianças, assim como a presença de animais domésticos, de adultos fumantes, uso de lenha e proximidade com indústrias.
Portanto, a síndrome do bebê chiador é uma situação na qual precisa-se investigar a causa, e então, é possível direcionar o tratamento adequado.