A alergia alimentar é um quadro imunológico de resposta anômala do organismo, que ocorre após a ingestão e/ou contato com determinado(s) alimento(s). A prevalência de alergia alimentar tem aumentado no mundo todo, o que a torna um problema de saúde pública. Seu início se dá, principalmente, na infância, no primeiro e segundo ano de vida, com prevalência de 6 a 8% (alguns estudos referem 11%). Nas crianças, os alimentos mais comumente envolvidos em processos alérgicos são leite de vaca, ovo, trigo e soja. Já nos adultos, a relação é maior com amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar.
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Manifestações da alergia alimentar
O sistema imunológico é o conjunto de células, órgãos e tecidos responsáveis pela defesa contra agentes ou moléculas estranhas ao nosso corpo, com a finalidade de manter o equilíbrio de funcionamento do organismo. De acordo com o mecanismo imunológico envolvido, as manifestações clínicas da alergia alimentar são variadas e podem ser classificadas em 3 tipos:
IgE mediada: a imunoglobulina E (IgE) é um tipo de anticorpo que pode reagir a alimentos específicos. Dessa forma, esse tipo de alergia leva a reações imediatas no organismo, ou seja, alguns minutos após a ingestão do alimento. Pode se manifestar de algumas formas:
– Pele – placas vermelhas, inchaço;
– Trato gastrointestinal – inchaço e coceira nos lábios, língua e céu da boca, assim como vômitos e diarreia;
– Trato respiratório – coriza, chiado pulmonar;
– Reações sistêmicas – anafilaxia e choque anafilático.
Não IgE mediada: a manifestação clínica não é imediata logo após a ingestão do alimento, podendo levar horas e até dias. Além disso, o mecanismo de reação imunológica está relacionado com a hipersensibilidade de células T. Manifesta-se mais comumente como dermatite e/ou inflamações do intestino delgado, cólon e reto.
Reações mistas: por fim, neste grupo se mesclam as duas formas anteriores de reações imunológicas. Clinicamente, apresenta-se com gastrite, esofagite, dermatite atópica e asma.
Diagnóstico
O diagnóstico de alergia alimentar começa com a avaliação da história clínica. Entretanto, o valor dessa história depende bastante da capacidade da família ou então do paciente em recordar e relatar os sintomas, bem como da habilidade do médico em diferenciar a possibilidade de alergia alimentar de outras condições de saúde. A partir de então, o profissional de saúde pode solicitar exames direcionados ao diagnóstico.
Todavia, o único tratamento realmente eficaz para alergia alimentar é excluir da dieta o alimento identificado como alérgeno. O tratamento medicamentoso, normalmente, é feito apenas para alívio dos sintomas. Outras alternativas de tratamento específico ainda estão em estudo.